"ORA, POIS, POIS... TEM PATICUMBUM À VISTA!"
PRESIDENTE: Reginaldo Valadão
AUTOR DO ENREDO: Alex de Oliveira
CARNAVALESCO: Alex de Oliveira
TEXTO: Marcos Roza
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O enredo Ora, pois, pois... Tem Paticumbum à Vista! Retrata a “nossa” história, através dos “portugueses de alma carioca” que influenciaram o surgimento e a evolução da maior Manifestação Popular de Cultura desse país: o Carnaval carioca!
Ora, pois, pois sou português que sigo encantado entre o presente e o meu passado. E confesso-lhes que quando aqui cheguei pelas curvas femininas me apaixonei...
Identifiquei-me com a alegria dessa terra, dia e noite, noite e dia, com o espírito carnavalesco e a magia desse paraíso da folia.
Vindo de Portugal, como a ternura de uma rima, a certeza, de que a magia e a beleza da paixão carnavalesca do Rio é de influência portuguesa...Por conseguinte, Celebramos! Num preito de pura emoção, português no samba, nos traz a inspiração. No enredo do meu samba ele é protagonista que fascina e nos conquista:
Ora, pois, pois... Tem Paticumbum à Vista!
Tudo começa quando no Brasil... As folias de origem portuguesa, com uma significação religiosa que vinha do céu, “batizadas” como folias de rua ou folias de poviléu. Marcam a primeira manifestação popular com canto, dança e ritual: a Serração da Velha como festa de Carnaval.
Lança-se e joga-se de tudo. Folguedo alegre, mas violento é assinalado em meu estudo: o carnaval foi introduzido no Brasil pelos portugueses com o nome de Entrudo. Limões de cheiro, baldes de água, ovo, pó de cal... Num toma lá da cá nascia nas ruas do Rio um carnaval popular. Lá vem o Zé Pereira anunciando a “festa carnal!” Com o seu tambor à cidade estremecer. Que nos dias de folia, tocando pra valer, desfila levando alegria até o dia amanhecer. Cresce a fama do tal português de “brusca maneira”, quando no fim do século XIX, o ator Vasquez elogiou a barulhada “brasileira”, encenando a comédia carnavalesca:
Viva o Zé Pereira.
Batucada profana! Inspiração dessa festa sem recato. Décadas seguintes o carnaval é reinventado. Sociedades Carnavalescas desfilam exibindo à população grupos fantasiados.
Por ser diferente do que outrora era praticado, o requinte dos cortejos de alegorias mitológicas, históricas e cívicas eram saudados pelo povo como estavam acostumados:
Lançando-se de exuberância e luxo nos grandes carros decorados. Por esse motivo dizia à época um português arretado, Antônio Guimarães:
- Tudo que se vê é inesperado. Pétalas de Rosas são jogadas para que o povo assista encantado e os passeios das Grandes Sociedades sejam apresentados.
E é assim que os Zé-Pereiras deram lugar aos pierrôs, colombinas e arlequins que bailaram buscando no amor o desejo de dizer que sim...
Numa época em que a regeneração é geral. O Rio se transforma numa Belle Èpoque
Tropical. Boulevards, charutarias, cafés, confeitarias... Lugares onde a mais simples comemoração se transforma num dia de festa nacional; ainda mais, quando se desfilava a bordo de chiques automóveis em pleno dia de carnaval.
Lembremos dos corsos de uma forma que nos complete: dos seus grupos fantasiados e suas divertidas batalhas de confete.
Corsos, cordões, blocos, ranchos quem já viu sabe o que é. Não insinua, reconhece e perpetua, de que são eles os grupos de origem do nosso carnaval de rua. Tanta gente a brincar tanta marchinha a cantar... Tudo nos ensina sobre a festa popular do confete e serpentina.
Ora, pois, tudo se apresenta através do seu olhar. A essa altura o português resplandece, vai ao baile e agradece pr’a nos saudar. Ao som das marchinhas carnavalescas canta e se encanta como se fosse o “general da banda” e num Tchicachicabum homenageia a portuguesa: Carmem Miranda.
Pois lhe digo, com o mesmo compromisso de que as palavras aqui têm que rimar. Que foi dos Ranchos e dos Blocos a formação das escolas de samba como criação popular... Numa alegria que parecia não ter fim...Negros, brancos e até mulatos saem às ruas tocando surdos, pandeiros, reco-recos e tamborins. Escolas de Samba... Deixa Falar, Portela, Unidos da Tijuca, Unidos de Lucas e até a Vizinha Faladeira... Vem Vila Isabel, Salgueiro, Império Serrano e a Mangueira. Todas seguem, num cortejo, em homenagem à influência luso-brasileira...Numa grande celebração nomes como Domingos Alves do Salgueiro, Manoelzinho da Vila, e Carlos Teixeira... Igualmente homenageados, com a mesma consideração e alegria, tem Fernando Horta, Alfredo Português e Zeca Melodia.
Palmas! Batam palmas, é com muita satisfação que a Unidos do Jacarezinho traz para Avenida, Nossos portugueses de alma carioca!...Acende as luzes da imaginação e estende na Avenida a sua maior paixão... É rosa e branco a cor do teu manto, que desse encontro mágico e universal chamado carnaval canta a conquista dos portugueses sambistas e exalta na Avenida o enredo:
Ora, pois, pois... Tem Paticumbum à Vista!...E assim, chegou o Carnaval!
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Abertura:
Comissão de Frente: SERRAÇÃO DA VELHA
Não se pode afirmar, exatamente, como e quando vieram parar no Brasil as folias portuguesas da Serração da Velha. O que se sabe é que as crônicas coloniais do começo do século XVIII já delas nos falam com entusiasmo, embora sem demasiada freqüência...Eram festas de rua, festas do poviléu, dos raros sorrisos da cidade infeliz...Suprindo, muita vez, a ação do Estado, vamos encontrar a igreja do Brasil colonial como uma espécie de empresária das alegrias do povo. Igreja mãe. Igreja amiga. Se não se organizava, como o Município, folganças de espavento, com almotacés trombeteando em bandos mascarados, pavoneando-se sobre ginetes com arreios de prata, não esquecia de organizar, com certo propósito e constância, motivos deliciosos de recreio e folia, onde o homem se deleitasse sempre com o pensamento em Deus. Quando não dava a sua novenazinha, dava o seu tedeuzinho, um mês de Maria, uma missa com boa orquestra e castrati estupendos, mandados vir diretamente da fábrica, em Roma. E as folias do adro? Que é também preciso contar com elas: o coreto, o império, o fogo de artifício, o leilão de prendas… E as procissões? Quando as tivemos mais pitorescas e divertidas? Procissões como nunca mais puderam ver os nossos olhos, em préstitos intermináveis, com músicas alegres, com danças, alegorias pagãs e até máscaras. Além disso, a Mitra sempre animou e protegeu os festejos de rua, que de qualquer forma tivessem significação religiosa, com as congadas, os reisados, o império do Espírito Santo e a Serração da Velha, essa a primeira manifestação popular com canto, dança e festa, considerado CARNAVAL!
No vigésimo dia da quaresma, em toda parte do mundo onde se venera a imagem de Cristo católico, sempre foi um dia de folga à penitência do jejum. Féria amável que o epicurista cristão do século XVIII não deixava nunca passar sem grandes sinais de regozijo. Não esquecer que o estômago, no século, era víscera respeitabilíssima. Preparavam-se, portanto, nas moradas de família, para essa quarta-feira da terceira semana de jejum, opíparos repastos, em que figuravam as mais raras e saborosas iguarias, ceias estupendas, variadas em cobertas e fartíssimas em acepipes, sempre regadas dos melhores vinhos; cousa, enfim, capaz de enternecer até o mais abstêmio e cético dos estômagos. Diante de homenagem tão tocante, a víscera regozijada, como era de esperar, dilatava-se feliz, enchia-se, atulhava-se, entupia… Ora, enquanto pelos lares a famulagem, desde cedo, pressurosa se distribuía asseando o ambiente das moradas, compondo alfaias e ativando as cozinhas, nas ruas a patuléia influida organizava-se em bando para as folias atordoantes da serração da velha.
Esses conjuntos pitorescos de foliões sempre variavam na sua apresentação luxuosa, ou modesta, de acordo com as posses dos seus organizadores. Serrava-se a velha faustosamente dentro de casacas de chamalote e luvas de manopla, sob pálios de bulbute ou de damasco, ao som de filarmônicas de truz, como modestamente se serrava, ainda, na indumentária esfarrapada dos pobrezinhos, com dois ou três instrumentos apenas como música, e substituindo andor e palitos por um simples estrado onde se punha solenemente o pipo que figura o aljube, onde a velha se escondia...
“...Melhor será, porém, acompanharmos um desses conjuntos de ralé, formados pela gentalha das ruas, massa pitoresca, gritona, irrequieta e revel, mas, por isso mesmo, interessando-nos muito mais...Por exemplo, são quatro horas da tarde, estamos em pleno largo do Moura, pletórico de gente e onde os quadrilheiros da Câmara, com as suas armas, cruzam, impondo aos organizadores do cortejo, que vai sair, moderação e ordem. Não trazem fantasias os festeiros....
O préstito largo ruidosamente ao som das músicas conhecidas e cantadas por todos:
Serre-se a velha
Força no serrote
Serre-se a velha
Dentro do pipote
Seguindo as pegadas dos instrumentistas da filarmônica improvisada, vai um estrado tosco, rasteiro ao chão, e que rola pousado sobre quatro rodas curtas, mas fortes. No estrado está uma pipa em cujo interior – diz o povo – vai oculta uma velha condenada ao suplício do serrote.
Esta velha tem malícia
Esta velha vai morrer
Venha ver serrar a velha
Minha gente, venha ver
O homem do serrote, enquanto o estrado desliza lentamente, puxado à corda por um negro, dança, ora erguendo alto o instrumento de suplício, ora assentando-o no ventre do barril já ferido, e sempre a cantar em falsete:
Serre-se a velha
Dentro do pipote…
Conta-se que a ingenuidade feminina da época era tão grande que velhas havia que se negavam com insistência, a sair das alcovas, onde se escondiam, isso pela hora da passagem dos préstitos, trêmulas, sucumbidas, medrosas, receando que a farandulagem das ruas as obrigasse a ir também no pipote, como em charola, sofrer o cruel suplício da serração.
A matula feliz caminha, penetrando a rua da Misericórdia, onde mais se avoluma e se expande a cantar. É um berreiro indômito e infernal. Não esquecer, porém, que o reinol, atiçado pelas recordações pátrias, nostálgico das velhas que serrava na Metrópole, a alma desdobrada, em festa, é também uma porção bem grande em meio a malta foliona. Há, além disso, mulatos, ciganos, mendigos, soldados das milícias do reino, dos terços auxiliares, ébrios de alegria, também cantando, também dançando, pulando, requebrando… Para gozar a festança, bem como nos dias de procissão, em frinchas de alguns dedos, as portas de rótula e as janelas de grade de urupema da casa colonial. Vem à família inteira cheirar a novidade, ver a corja que se diverte, ouvir os cânticos que são gritados, berrados em coro:
Serra, serra, serra a velha
Puxa a serra, serrador
Que esta velha deu na neta
Por lhe ouvir falar de amor
Serra, ai serra! Serra a velha
Puxa, puxa, ai, serrador
Serra a velha – ai, viva a neta
Que falou falas de amor
Serra! – a pipa é rija
Serra! – a velha é má
Serra! – a neta é bela
Serra – e serra já
Diante da casa do mestre de campo Bartolomeu José Bahia, perto do beco do Cotovelo, o préstito estaca de repente e, então, dentre os componentes da farsa, um há que avança, e que lê a história da sacrificada do pipote. A versalhada é longa e, quiçá, um tanto monótona. É a vida da velha ali pintada com as cores mais trágicas. Má filha, má mulher, má sogra, má avó, por isso, no pipote em que está, espera a sua morte. E o poeta então pergunta, perorando, já meio fatigado de voz:
Que castigo ela merece
Dizei-me, senhores, meus?
Entram as músicas, e logo o coro responde, alvorotado e bulhento:
Serre-se a velha
Força no serrote
Serre-se a velha
Dentro do pipote!
Sabem os moradores distinguidos pela atenção do préstito que a homenagem dos versos tem que ser paga. Então, de uma das gelosias de grade mais ou menos entreaberta, surge certa mão, que avança, portadora de um prato de doces, que é recebido e cuidadosamente colocado depois sobre o tampo superior do barril. De ver os aplausos, os guinchos, os berros, até daqueles que não se aproveitarão do prato na hora do repasto. E de novo a marcha regular em busca de outras ruas e de outras dádivas capazes de garantir uma ceia gostosa e farta. Dobra o préstito o beco do Cotovelo, desce a rua da Cadeia, vai até ao largo da Carioca, sobe Latoeiros, desce Ouvidor, Direita, até penetrar o terreiro do Paço, aonde, em geral, vão ter todos os préstitos congêneres...
E assim foram as mi-carême do Rio pelo correr do século XVIII.
(Luiz Edmundo. O Rio de Janeiro no tempo dos vice-reis).
Ou seja, Segundo a tradição, os netos, o sacristão, um juiz, um louco e as vizinhas juntam-se num cortejo pelas ruas da localidade. Estas personagens acompanham a Velha que, antes de ser serrada, percorre a antiga aldeia presa num cortiço transportado por um burro. O cortejo termina junto à praça central, onde será lido o testamento que a Velha deixa à aldeia, seguindo-se a sua serração. Um grupo de rapazes forma o cortejo que percorre as ruas durante a noite e visita a casa das senhoras que durante esse ano ficaram avós ou, em outras situações, a casa das senhoras mais idosas, com um serrote simulam o serrar da Velha que está dentro do cortiço (carro de boi).
Todo o cortejo fazia-se acompanhar de uma forte componente musical, com instrumentos ruidosos, acordando todos aqueles que dormiam. Serrar a Velha é também um momento destinado à sátira social. Um ritual onde se pode dizer a brincar tudo o que faz falta, e justamente, essa tradição portuguesa resgatada e posta na rua pela "adolescência irreverente que, fazia o julgamento!” Ou seja, a Serração da Velha, que se realiza a meio da Quaresma e que consiste basicamente na condenação de uma velha por ser rabugenta, pregadeira e mal dizente e ordinária.
Dois homens encapuzados esperam a derradeira hora da execução e as carpideiras gritam enquanto que o juiz de óculos e nariz fantasiados dá a conhecer o veredicto:
"Serre-se a velha em postas de cinco centímetros"
E assim, dá-se início à contribuição portuguesa, à sociedade brasileira, interferindo e modificando os hábitos e costumes que, ocasionará a primeira manifestação popular de Carnaval...Ora, pois, pois...Por isso...Dar-se-á o nosso Paticumbum!
Do entrudo ao desfile da primeira sociedade carnavalesca, em finais do século XIX, os festejos de Momo passaram por significativa mudança. Saíam às bolas de cera e esguichos d’água atirados nos foliões, e entrava o espetáculo. Segundo os cronistas da época, a passagem do préstito dos Tenentes do Diabo, uma das primeiras agremiações do gênero, em 1867, foi delirantemente aplaudida pelo público que se aglomerava na Rua do Ouvidor. Pode-se dizer, que seria um começo da era dos desfiles carnavalescos. E as grandes sociedades seriam as antecessoras das escolas de samba de hoje e, justamente a partir desse ritmo avassalador, surge a paixão do português pelo paraíso tropical dessa terra miscigenada...
Setor 1: E o povo cai na folia...Surge o ENTRUDO!
Bate bumbo...Lá vem Zé Pereira!
• ENTRUDO:
Homenagem: JOSÉ NOGUEIRA DE AZEVEDO PAREDES
Estilo: Neoclássico
Cores: Rosa| Laranja| Preto| Ouro
Entrudo. O entrudo, importado dos Açores, foi o precursor das festas de carnaval, trazido pelo colonizador português. Grosseiro, violento, imundo, constituiu a forma mais generalizada de brincar no período colonial e, principalmente, monárquico, mas também a mais popular. Consistia em lançar, sobre os outros foliões, baldes de água, esguichos de bisnagas e limões-de-cheiro (feitos ambos de cera), pó de cal, vinagre, groselha ou vinho e até outros líquidos que estragavam roupas e sujavam ou tornavam mal-cheirosas as vítimas. Esta estupidez, porém, era tolerada pelo imperador Pedro II e foi praticada com entusiasmo, na Quinta da Boa Vista e em seus jardins, pela chamada nobreza... E foi livre até o aparecimento do lança-perfume, já no século XX, assim como do confete e da serpentina, trazidos da Europa... O Zé-Pereira. Em todo o Brasil, mas, sobretudo no Rio de Janeiro, havia o costume de se prestar homenagem galhofeira a notórios tipos populares de cada cidade ou vila do país durante os festejos. O mais famoso tipo carioca foi um sapateiro, português, chamado José Nogueira de Azevedo Paredes. Segundo o historiador Vieira Fazenda, foi ele o introdutor, em 1846, do hábito de animar a folia ao som de zabumbas e tambores, em passeatas pelas ruas, como se fazia em sua terra. O zé-pereira cresceu de fama no fim do século XIX, quando o ator Vasques elogiou a barulhada encenando a comédia carnavalesca O Zé-Pereira, na qual propagava os versos que o zabumba cantava anualmente:
“... E viva o Zé Pereira
Pois a ninguém faz mal
E viva a bebedeira
Nos dias de Carnaval...”
A peça não passava de uma paródia de Les Pompiers de Nanterre, encenada em 1896. No início do século XX, por volta da segunda década, a percussão do zé-pereira cedeu a vez a outros instrumentos como o pandeiro, o tamborim, o reco-reco, a cuíca, o triângulo e as "frigideiras". E a partir desse ritmo suingado e mulato, surgiu à paixão do português pelo calor tropical de belezas estonteantes das nossas ancestrais cabrochas...
Setor 2: A Belle Epoque Tropical
CORSOS & GRANDES SOCIEDADES: luxo, esplendor e gloria.
Homenagem: seu ANTONIO GUIMARÃES, Pres. da Sociedade Carnavalesca, Familiar, Dançante, Beneficente e Recreativo: TIRA O DEDO DO PUDIM.
Estilo: Ecletismo & Art Noveau
Cores: Bege, Salmão, Fúcsia, Preto, Branco.
“... Português proprietário de loja de petiscos cujo nome era Parreira d’Aquém e d’Alem Mar. Amigo da boêmia, das crioulas, dos batuques e do carnaval, ele estava sempre presente prestigiando os acontecimentos sociais... Mesmo porque jamais faltaria vinho do bom, sardinha fresca e bacalhau de primeira...”.
(Haroldo Costa, Cem anos de Carnaval no RJ.)
Batalha de confete e corsos. O confete, a serpentina e o lança-perfume — os três elementos que, entre o início do século e a década de 1950 animaram o carnaval brasileiro de salão — também cooperaram para o maior êxito dos corsos que deram vida ao carnaval de rua. E neste, as batalhas de confete constituíam o momento culminante. A moda do corso, iniciada timidamente logo após a chegada dos primeiros automóveis, atingiria seus momentos de glória entre 1928 e a década de 1940. Consistia o corso numa passeata carnavalesca de carros de passeio conversíveis, de capota arriada, enfeitados de panos coloridos e bandeirolas, conduzindo famílias ou grupos de foliões que se sentavam não só nos assentos, mas também sobre a capota arriada, sobretudo as moças fantasiadas de saias bem curtas, cantando ou jogando serpentinas e confetes nos pedestres, que se amontoavam nas beiras das calçadas para vê-las passar...
Essa gente motorizada brincava também com os ocupantes dos carros vizinhos e, por vezes, com os veículos rodando lentamente, emendavam o cortejo atirando montes de confete e milhares de metros de serpentina que enlaçavam os carros e se acumulavam no asfalto das avenidas a cada noite. O lança-perfume também era usado em profusão, enquanto a confraternização com os pedestres se ampliava não só através dos jatos de lança-perfume — o que abria caminho para conhecimentos mais íntimos, namoricos etc. — como também de caronas momentâneas na disputa de músicas entoadas por uns e por outros. Cada cidade possuía seu local de corso, e o do Rio de Janeiro ocorria, principalmente, na avenida Rio Branco (antiga avenida Central), mas a certa altura, em vários carnavais o corso se prolongava à avenida Beira-Mar, atingindo o Flamengo e Botafogo até o Pavilhão Mourisco, no final da praia. Blocos, ranchos, grandes sociedades. No carnaval de rua era comum o "trote" e os blocos de sujos. O encontro de blocos resultava, às vezes, em batalhas campais de sopapos. Nos desfiles, entre os anos 1919 e 1939, destacavam-se os tradicionais ranchos, que desfilavam as segundas-feiras. Havia ainda as grandes sociedades, com seus carros alegóricos, repletos de mulheres bonitas, alegorias mitológicas, históricas e cívicas; carros de crítica política encerravam, no fim da noite de terça-feira gorda, os festejos. Tais agremiações se chamavam Tenentes do Diabo, Pierrôs da Caverna, Clube dos Democráticos, Congresso dos Fenianos, Clube dos Embaixadores etc.
• Setor 3: A voz do Samba & a Era da Radio
MARCHINHAS:
Homenagem: CARMEM MIRANDA
Cores: Rosa, Lilás, Violeta, Azul e Roxo, Prata.
O Carnaval carioca teve de esperar quase 200 anos para ver surgir sua intérprete perfeita: Carmem Miranda. Mas, quando isso finalmente aconteceu, em 1930, os foliões se convenceram de que valera a pena esperar. Carmem estourou na mesma época em que os bambas do Estácio estavam libertando o samba das cadeias do maxixe e o tornando um ritmo elástico, flexível, maleável, ideal para as liberdades que uma cantora como ela gostava de tomar. E as marchinhas, que também tinham acabado de aparecer, viram em Carmem a sua razão de ser - ninguém as cantava como ela.
A grande concentração popular se fazia na avenida Rio Branco, da Cinelândia até a rua do Ouvidor. A classe média alta preferia as imediações do Jóquei Clube, entre a avenida Almirante Barroso e a rua Araújo Porto Alegre. Alguns levavam seus próprios assentos, cadeiras e banquinhos, mais tarde substituídos por palanques e arquibancadas montados pela prefeitura. A segunda-feira era célebre não só pelo desfile de ranchos — que usavam fogos de artifícios coloridos –, mas também porque os freqüentadores do baile do Municipal eram observados pelo populacho, que ia admirar-lhes as fantasias. A Galeria Cruzeiro, hoje edifício Avenida Central, era o ponto focal do trecho entre a rua São José e a avenida Almirante Barroso, a área de maior animação dos carnavalescos tradicionais, que cantavam e dançavam ao som das músicas lançadas nos palcos dos teatros de revista e nas emissoras de rádio. Músicas de carnaval.
Durante o império, as músicas cantadas no período carnavalesco, no Brasil, eram árias de operetas, depois lundus, tanguinhos, polcas e até valsas. No início do século XX, predominaram, nas ruas, as cantigas de cordões e ranchos e, nos bailes, chorinhos lentos, polcas-chulas, marchas, fados, polcas, tangos, toadas e canções. Logo após a primeira guerra mundial, os palcos dos teatros-de-revista tornaram-se os lançadores das músicas de carnaval e iniciou-se, então, o domínio das marchinhas, maxixes, marchas-chulas, cateretês e batucadas. E também do samba, que, na era do rádio, entre 1930 e 1960, dividiu os louros com a marchinha, embora às vezes cedesse ao sucesso de um jongo, de uma valsa ou de uma batucada. O samba, nos salões e na rua, era absoluto. Mas desde fins do decênio de 1960, com a consolidação do desfile das escolas de samba, o samba e a marcha mergulharam no ostracismo, trocados pelo samba-enredo das escolas de samba.
Setor 4:...Agoniza, mas não morre!
• ESCOLAS DE SAMBA:
• Homenagens:
FERNANDO HORTA (Tijuca)| CARLOS TEIXEIRA MARTINS (Portela)| DOMINGOS ALVES SALGUEIRO (Salgueiro) | MANOELZINHO do petisco (Vila Isabel) | ALFREDO PORTUGUES (Mangueira)|? (São Carlos) |? (Império Serrano)| ZECA MELODIA (Lucas)
Estilo Moderno: Art Décor
Cores: Branco, com detalhes em verde, amarelo, vermelho, azul e rosa.
No entanto, a denominação "escola" só vai surgir em 1928, com a criação da Deixa Falar, no bairro do Estácio. Ismael Silva (1905-1978), seu fundador, explicava o termo como decorrência da proximidade da Escola Normal, no mesmo bairro, o que fazia os sambistas locais serem tratados de "professor" ou "mestre". Posteriormente surgem diversas outras escolas, entre as quais Unidos da Tijuca, Portela, Mangueira...,As escolas-mãe do samba carioca e que, posteriormente, incentivaram o surgimento de Salgueiro, Império Serrano e Unidos de Vila Isabel. No começo, pouco se distinguiam dos blocos e cordões, com ausência de sentido coreográfico e sem qualquer caráter competitivo. Com o tempo, transforma-se em associações recreativas, abertas, cuja finalidade maior é competir nos desfiles carnavalescos, transformados em atração máxima do turismo carioca. De tal forma agigantam-se, que seus encargos — a partir da década de 1960 — equivalem aos de uma empresa, o que as obriga a funcionar por todo o ano, promovendo rodas de samba e "ensaios" com entrada paga, maneira de amenizarem os gastos decorrentes da preparação dos desfiles.
Histórico dos Homenageados:
• José Fernando Horta de Souza Vieira, 53 anos, nascido em Portugal, vascaíno, amante de um bom bacalhau, sambista de primeira, ritmista anônimo e sambista declarado, nos concede esta entrevista.
Obatuque - Quando o senhor veio para o Brasil?
FH - Em 1965.
Obatuque - Foi nessa época que o Senhor entrou para o mundo do samba?
FH - Vim para cá com 12 anos, terminei meus estudos e depois, com 20 anos, entrei para o samba.
Obatuque - Qual sua formação?
FH - Não cheguei a me formar. Estudei até o quarto ano e depois, por uma questão profissional, fui trabalhar no comércio, onde estou até hoje como empresário do ramo de vidro, cristais e galeria de arte.
Obatuque - Quando o Senhor entrou para Unidos da Tijuca?
FH - Em 1983, não como presidente, e sim para ajudar, já que tinha comércio no bairro.
Obatuque - Quando o Senhor tornou-se presidente?
FH - Em 1987. De lá para cá nem sempre fui presidente, mas continuava trabalhando dentro da escola.
Obatuque - Houve algum preconceito por parte da comunidade, já que o senhor é português?
FH - Não, fui muito bem aceito. Eu não queria, mas a comunidade fez vários pedidos. Preconceito foi por parte da imprensa e da crítica.
Obatuque - O senhor sabe sambar?
FH - Não sou especialista no assunto. Eu apenas escolho as pessoas certas. Não sou nenhum passista, mas dou meus passos. (risos)
Obatuque - O senhor bate algum instrumento?
FH - Praticamente todos. Dentro de casa, eu tenho todos os instrumentos. Meu hobby é bater os instrumentos, um tamborim, um surdo, uma caixa. Não sou especialista, mas dou meu jeito.
Obatuque - Já saiu na bateria?
FH - Não, porque vou atrapalhar a bateria. (Risos)
Obatuque - Qual o samba que o senhor mais gosta de cantar na Unidos da Tijuca?
FH - A Unidos sempre fez grandes sambas. Eu gosto muito do samba deste ano, mas os outros também são bons. Agora, o melhor é aquele que dá o resultado para a escola.
Obatuque - Quanto à escola vai gastar este ano?
FH - Nós investimos o que é necessário para fazer o carnaval. A Unidos da Tijuca deve ser a escola que mais investe na comunidade. Nós vestimos três mil pessoas. Isso corresponde a 90% dos componentes, pessoas que não pagam fantasia.
Obatuque - Como é a participação da prefeitura e da LIESA?
FH - A prefeitura dá apenas uma pequena ajuda. Ela é nossa parceira, porque tem participação na venda dos ingressos. O dinheiro da escola é arrecadado com os ensaios, os direitos de imagem de TV e o CD. Já a LIESA nos representa. Ela é que faz a captação. Não haveria condições de cada escola fazer as negociações, então foi criada a Liga para que houvesse essa organização.
Obatuque - A Unidos da Tijuca, na sua gestão, desenvolveu vários enredos com temas portugueses. Até que ponto o Senhor tem participação na escolha dos enredos?
FH - Eu dei uma cara diferente para a escola. A Unidos da Tijuca é uma escola que está crescendo muito, ganhando grandes adeptos e eu dei a cara luso-brasileira à escola. Consegui trazer a comunidade portuguesa, não só para desfilar, mas também para ajudar financeiramente. Hoje a Unidos tem uma torcida muito grande. Você está vendo aí que nossos ensaios estão sempre cheios. Recebemos milhares de e-mails, talvez seja a página mais consultada na Internet, tanto no Brasil como em Portugal. Nós tínhamos que dar uma linha para a escola e conseguimos.
Obatuque - O Senhor é historiador?
FH - Leio muito. Como já havia lhe falado, sou ligado à arte, tenho uma galeria desde a idade de quatorze anos.
• Carlos Teixeira Martins
Em 1972, o presidente Carlos Teixeira Martins, o Carlinhos Maracanã, assume a presidência da escola e empresta grande quantia de dinheiro para a compra da nova sede da escola, o "Portelão", um espaço digno e do tamanho das tradições portelenses. Desentendimentos quanto à escolha do samba de 1974 motivaram o afastamento de vários componentes importantes para a Portela.
Contudo, a Portela se mantinha forte. No final da década de 80, nossa escola foi à única das chamadas escolas tradicionais que conseguia fazer frente às novas forças emergentes que surgiam: Beija-Flor, Mocidade e Imperatriz. Merece destaque neste período dois belos desfiles premiados pelo júri do Estandarte de Ouro, considerado o "Oscar do samba brasileiro": O "homem do Pacoval", 1976, e "incrível fantástico e extraordinário", 1979.
A década de 80 começou com o título de 1980, "Hoje tem marmelada", e com o título de domingo no desfile de 1984, "contos de areia", primeiro ano do sambódromo. Em 1985, uma nova briga interna afastou alguns componentes que resolveram fundar outra escola de samba. Mesmo assim a Portela resistiu. Buscou forças em sua linda história e encantou o público com o lírico "Adelaide a pomba da paz", em 1987.
Mesmo sem conseguir o título máximo do carnaval carioca na década de 90, a nossa Portela realizou três belos desfiles premiados com o estandarte de ouro de melhor samba: "Tributo à vaidade", 1991, "Os olhos da noite", 1998, e "Gosto que me enrosco", 1995, este último aclamado como campeão pelo público e pela crítica especializada.
Um novo século se inicia com o ano de 2001. A nossa Portela, maior campeã da história do carnaval carioca com 21 campeonatos, continuará alçando vôos cada vez maiores em busca de novas glórias, conquistas e vitórias.
• Alfredo Português (Alfredo Lourenço)
GRES. Estação Primeira de Mangueira_compositor. Cantor. Pintor.
Ex-integrante da Marinha Mercante Portuguesa.
Fadista do bairro de Alfama, Lisboa. Veio para o Brasil como contratado da Marinha Mercante Brasileira. Morou no Morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, freqüentando as rodas de samba.
Em 1936, adotou Nelson Mattos como afilhado, que na época tinha 12 anos e viria a ficar conhecido como Nelson Sargento. Com seu afilhado, começou a freqüentar a extinta Escola Unidos da Mangueira, para qual começou a compor em parceria com Moçoró. Por essa data, já era conhecido como Alfredo Português. Em 1941, foi convidado por Paulo Roberto, da Rádio Cruzeiro do Sul, a integrar o programa "A Voz do Morro", do qual participavam também Cartola e Paulo da Portela, que conhecera na Escola de Samba Lira do Amor, no subúrbio carioca de Bento Ribeiro.
No ano de 1947, convidado por Carlos Cachaça, passou a integrar a Ala de Compositores da Mangueira. Em parceria com Nelson Sargento compôs, em 1948, "Rio São Francisco", samba-enredo que classificou a escola em 4º lugar no desfile daquele ano.
Em 1950, compôs em parceria com Nélson Sargento "Apologia dos Mestres", samba-enredo da Mangueira em homenagem a Miguel Couto, Rui Barbosa, Osvaldo Cruz e Ana Néri. Este samba não chegou a ser cantado na avenida, pois, uma semana antes do desfile, a direção da escola resolveu mudar o enredo para "Saúde, Lavoura, Transporte e Educação", para o qual a dupla compôs outro samba, que acompanhou a escola no desfile.
Em 1954, compôs o samba-enredo "Aspectos do Rio". No ano seguinte, ainda em parceria com Nelson Sargento, compôs "Cântico à natureza", classificando a escola no 2º lugar do Grupo 1. Alguns autores, segundo o pesquisador Hiram Araújo no livro "Carnaval - Seis Milênios de História" atestam que o nome do samba-enredo era "Quatro estações do ano". De qualquer maneiro, o samba é considerado um dos grandes sucessos da escola e um dos mais bonitos sambas-enredos de todos os tempos, acumulando assim, diversas gravações no decorrer dos anos, como a de Jamelão, e anos depois, interpretado por Renata Lu.
No ano de 1975, o samba foi aclamado como um dos 10 melhores sambas da Mangueira. Alfredo Português foi autor de vários outros sambas, ainda inéditos em discos, porém muito cantados nos morros cariocas. No ano de 1984 Nelson Sargento interpretou "Samba do operário" (c/ Nelson Sargento e Cartola) no LP "Cartola entre amigos", lançado pelo selo Funarte.
No ano 2000, a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Cultura e do Arquivo Geral da Cidade, produziu e lançou o CD, "Mangueira. Sambas de terreiro e outros sambas". Neste disco, foram gravadas várias músicas de Alfredo Português, como "Naquela noite de sereno" (c/ Babaú da Mangueira) por Nelson Sargento e Comprido, "Freira mais querida" (c/ Nelson Cavaquinho e Nélson Sargento) e "Os teus olhos cansam de chorar" (c/ Nelson Cavaquinho), por Nelson Sargento. Neste mesmo ano, o selo Nikita Music relançou o CD "Mangueira chegou - Velha-Guarda da Mangueira".
Na década de 1990 o Instituto Cultural Itaú relançou em CD "Cartola Entre Amigos" na série "Acervo da Funarte".
• DOMINGOS ALVES SALGUEIRO
Um morro ganha vida... Seu SALGUEIRO
Princípio do século XX no Rio de Janeiro. As terras de um morro encravado no bairro da Tijuca, que já haviam abrigado lavouras de café e uma fábrica de chita, aos poucos vão se transformando em lugar de moradia para imigrantes e escravos. Muitos se diziam seus donos, mandando e desmandando no local. Mas, mesmo ganhando vida, aquele morro ainda era um lugar sem nome. Isto perdurou até a chegada do português Domingos Alves Salgueiro...
Comerciante e dono de uma fábrica de conservas na Rua dos Araújos, na Tijuca, Domingos era também proprietário de 30 barracos no local. Logo o português virou referência e designação do morro, que passou a ser conhecido como morro do "seu Salgueiro". Isso bastou para dar a fama ao local e batizar o morro como o Morro do Salgueiro.
Aos poucos, o Morro do Salgueiro começou a ser procurado por famílias de Minas Gerais, interior do estado do Rio de Janeiro, sul da Bahia e Nordeste. São essas pessoas que começam a dar vida ao morro, construindo casas, barracos e transformando a pedra bruta e inanimada em um lugar de moradia.
Atraídos pela fama do lugar, outros moradores vão chegando. São novos imigrantes, que, ao lado de seus conterrâneos passam a construir mais e mais barracos. Às casas que ali estavam, juntaram-se novos lares, sempre levantados em regime de mutirão. A proximidade de todos ia transformando o Morro do Salgueiro em uma grande família, uma festa de convívio social...
Considerações finais:
Dos primórdios do desfile na Praça XI, nos anos 30, em que as mulheres se vestiam de baianas e os homens, de pijamas de listras ou camisetas de malandro, ao mega-espetáculo que agora encanta os gringos no Sambódromo criado por Niemeyer, muita coisa mudou. Ou, como diz o próprio Cravo Albim em sua apresentação:
“Hoje, o que se vê? Um superespetáculo carioca de quatro costados, como nunca ninguém podia imaginar e que a cada ano surpreende e encanta o mundo, via tevê... E com a responsabilidade de representar, quer queira-se ou não, o mais emocionante espetáculo de arte popular produzido no Rio, que seduz os mais distantes países do planeta”.
E reflete ainda: “Uma sociedade tão desigual como a nossa é capaz do milagre de se encontrar fraternalmente no desfile, dentro ou fora dele. Que outro espetáculo pode se dar ao luxo de exibir uma ópera carnavalesca em que desfilantes pobres e ricos pagam suas próprias fantasias e são capazes de se organizar em alas, qual um exército muito bem treinado e sedutoramente harmônico?”.
O que também intrigou sociólogos da Universidade da Sorbonne, a quem Cravo Albin levou ao desfile, anos atrás, a pedido do amigo Darcy Ribeiro. Um deles, espantado, não deixaria de fazer o comentário: “Um povo capaz de se organizar nesse radioso desfile de escolas de samba, pelo puro exercício de dar-se apenas o prazer, será sempre um povo capaz de outros grandes feitos civilizatórios”.O que levou Cravo Albin a concluir: “Puro exercício de futurologia, mas que todos esperamos que se realize”.
Referências Bibliográficas:
• ARAÚJO, Hiram. Carnaval: seis milênios de história. Rio de Janeiro: Gryphus, 2003.
• CUNHA, Maria Clementina Pereira. Carnavais e outras festas. Campinas: Editora Unicamp, 2002.
• EDMUNDO, Luiz. O Rio de Janeiro do meu tempo. Rio de Janeiro: Xenon, 1987.
• FERREIRA, Felipe. O livro de ouro do carnaval brasileiro. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.
• MORAES, Eneida de. História do carnaval carioca. Rio de Janeiro: Record, 1987.
Hemerografia:
Sites de pesquisa da Internet (data: maio| junho de 2008.)
• www.obatuque.com
• www.iccacultural.com.br
• www.fundaj.gov.br
• www.pt.wikipedia.org
• www.independenciaoumorte.com.br
• www.fotolog.com
• www.aescrj.com.br
• www.collectors.com.br
Glossário:
• Espavento: sm. 1. Susto, espanto. 2. aparato, pompa.
• Ginetes: sm. 1. Cavalo de boa raça, fino e bem adestrado. 2. bom cavaleiro.
• Novena: sf. 1. O espaço de nove dias 2.Rezas feitas durante nove dias.
• Adro: sf. Terreno em frente ou em volta de igreja.
• Mitra: sf. 1. Barrete alto e cônico, com duas faixas que caem sobre as espáduas, us. Pelo papa, bispos e cardeais em certas solenidades 2. Dignidade pontifícia ou episcopal 3. O bispado.
• Epicurismo: sm. Filos. Doutrina do filósofo grego Epicuro (341| 270 a.C.) que, identifica o bem com o prazer, que deve ser encontrado na prática da virtude e na cultura do espírito.
• Opíparos: adj. Esplendido, pomposo.
• Acepipe: sm. Petisco
• Alfaia: sf. 1.Móvel ou artefato de uso ou adorno domestico. 2.Paramento, adorno de igreja.
• Patuléia: sf. plebe
• Chamalote: sm. Tecido em que a posição do fio produz um efeito ondeado.
• Manopla: sf. 1. Antiga luva de ferro 2. Mão grande e malfeita; manzorra.
• Truz: interjeição. Imita o som de queda ou de explosão 2.sm. Batida, pancada.
• Gelosia: sf. Grade de tabuinhas de madeira cruzadas a intervalos que, ocupa o vão de uma janela, rótula.
• Carpideiras: sf. Mulher, geralmente mercenária que, pranteia os mortos.